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01 novembro 2006

Drama nas Montanhas



Bruno Carvalho, um dos alpinistas da equipa de João Garcia, morreu esta terça-feira na consequência de uma queda quando desciam o cume Shinsha Pangma, no Tibete,
Após um mês desde o início da expedição, a equipa de alpinistas descia o cume Shinsha Pangma, com 8013 metros e considerado um dos mais difíceis picos da cordilheira tibetana, quando Bruno Carvalho deu uma inexplicável queda. Os restantes membros da equipa encontraram o corpo do jovem de 31 anos já sem vida.

Os companheiros do alpinista eram quatro portugueses: João Garcia, Ana Silva, Rui Rosado e Helder Santos.
A equipa era acompanhada pelo jornalista da SIC Aurélio Faria, qiu disponibiliza um blog com registos da expedição.
Bruno Carvalho já tinha escalados os Andes e as Ilhas Britânicas antes de enveredar por aquela que foi a sua última escalada.
O alpinista morreu depois de ter alcançado o topo, cumprindo a sua meta de alpinista. Como se pode ouvir numa das gravações com a sua voz que o blog disponibiliza :«eu e a restante equipa partiremos rumo ao nosso objectivo, que está mesmo aqui à frente: o cume do Shinsa Pangma, com 8013 metros».

Um dia antes da equipa se lançar à conquista do Shinsha Pangma, Aurélio Faria escrevia
«Em câmara lenta…, muito…, muito…, muito devagar…, um pé à frente do outro…, duas, três, ou mesmo quatro respirações para cada pequeno passo…, a velocidade de progressão é de dois, três metros por minuto… Numa hora, os melhores alpinistas sobem pouco mais de cem metros… No seu livro “A mais alta solidão”, onde narra a escalada do Everest, João Garcia chega a comparar a velocidade de marcha a 8000m com o ritmo de “velhinhas a atravessar a rua“. Para João, andar a esta altitude já não é nenhuma novidade – se conquistar o Shisha Pangma, o maior alpinista português da actualidade averbará no currículo o oitavo cume de 8000 metros. Mas para a restante equipa, - Ana, Bruno, Hélder e Rui, será uma estreia absoluta, a ultrapassagem da chamada “zona da morte”, onde se respira apenas um terço do oxigénio, pode ser fatal a simples exposição á altitude…»


Os quatro atingiram já cumes de 7000 m… Para esta mais alta montanha, todos treinaram intensamente, ouviram os conselhos do “mestre” João: “Um cume de 8000m é como uma maratona ininterrupta, pode durar um dia…, o cume é sempre um bónus…, ainda é preciso descer…”. E é na descida, confirmam as estatísticas, que se registam muitas das fatalidades da alta montanha.
Caso ultrapassem a barreira dos 8000m, Ana, Bruno, Helder e Rui serão himalaístas consagrados, terão com certeza histórias para contar sobre a forma como conseguiram pôr um pé à frente do outro, durante horas a fio, para ter, por breves momentos, a imensidão do mundo aos seus pés…
Mais informações : http://sic.sapo.pt/online/blogs/shishapangma

Vídeo disponibilizado dias antes do acidente


«click para visionar»

1 Comments:

At 6:39 da tarde, Anonymous Anónimo said...

PARA MEU QUERIDO IRMÃO BRUNO CARVALHO

Para além de ti tudo continua no seu lugar
Mas qualquer coisa te fez ficar a guardar montanhas
Na solidão do vento, que ouves soprar, cada vez mais brando,
Tudo está branco e branco permanece com a tua presença.
Eu, que habito hoje o país da sombras,
Por ti e contigo partilho o ar rarefeito no peito
E o frio que te guarda o sono e te aprisiona.
Tudo continua no seu lugar, mas persiste o absurdo da tua ausência.

João Frazão Couvaneiro

 

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